essa semana tudo ficou meio biruleibe por aqui, tanto que a news está chegando até vocês no fim de semana.
curioso é que nem passei por (muita) desorganização da vida, só estava pensando sobre o que escrever, visto que a carta anterior foi densa e muita gente adorou (vocês curtem quando eu passo dificuldade pra escrever as coisas, aparentemente).
mas uma coisa aconteceu e me deixou bem contente: chegaram os exemplares de RUÍDO BRANCO em minha casa e, sendo assim, já posso me intitular escritora poeta artista real oficial. agora tenho que resolver as questões do lançamento do livro, como divulgar etc etc etc (AAAAAAAAA).
não é uma ilusão, não foi golpe pra arrecadar o dinheiro das pessoas: o livro é uma realidade. é lindo demais! a capa, o papel, o tamanho da letra, tudo ficou do jeitinho que eu queria. obrigada Ju Blasina e Gênio Nascimento, da Gênio Editorial, por TANKAREM esse projeto!
a oficina de leitura de poesia (que foi vendida junto com exemplares do livro nessa fase inicial) aconteceu hoje e contou com a presença de uma participante, a ana pontes, da news busca onírica. tivemos uma manhã de conversa muito gostosa e inspiradora sobre poemas que escolhi para ilustrar minha trajetória como leitora e escritora de poemas.
com wislawa, pizarnik, hilst e auster devaneamos sobre os limites e os impossíveis da palavra e saímos contagiadas pelo movimento que a poesia impõe sobre nós.
uma coisa que a ana falou me marcou demais: a palavra (o poema) chega onde o sol não encosta (mais ou menos isso, ou isso compreendi). me pareceu uma bela imagem para pensar na complexidade e, ao mesmo tempo, na naturalidade que é o acontecimento da poesia.
14.
De uma pedra tocada
à pedra seguinte
nomeada: terridade: inacessível
brasa. Tu
dormirás aqui, uma voz
ancorada na pedra, andando por
esta casa vazia que escuta
o incêndio que a arrasou. Tu
começarás. A dragar teu cadáver
das cinzas. A portar o fardo
dos olhos.
(Paul Auster, Todos os poemas)
sobre o sentir, vale pontuar:
na edição mais recente da busca onírica, ana diz: “Não é que eu tenha medo de amar, tem mais a ver com o pavor do afogamento”. a carta é uma reflexão/elaboração sobre o amor, essa palavra tão gasta quanto ampla, esse vocábulo que precisa e passa por ressignificação constante. é um texto que traz fragmentos de bell hooks e renato nogueira e vale a pena ler com cuidado. com o amor que as coisas cotidianas também precisam.
nesse tema: já leu a cartinha é muito amor? aqui abordei como a poesia é essa parcela de amor fora da construção idealizadora social capitalista. e isso me abraça.
no momento estou curtindo ler poemas aqui e ali, sem muita direção e também estou quase terminando máquinas como eu, de Ian McEwan, um sci-fi-zinho de leve pra quem gosta de pensar num futuro com andróides entre nós. esse livro foi recomendado em alguma newsletter e o comentário me convenceu. estou bem apreensiva para terminá-lo, porém tudo no seu tempo.
vamos de indicação aqui na nossa rádio absurda e fascinante? tenho ouvido muito o maravilhoso Awaken, my love! do Childish Gambino (vulgo Donald Glover) e não tem climinha melhor do que esse álbum para um sábado nublado (assim está na capital do Rio Grande do Sul).
divirtam-se!
me despeço com um poema de ruído branco <3
bêjo!
sue ⚡
Socorrooo o privilégio de ser citada nessa news que eu gosto tanto! Esse papo abriu uns espaços aqui que cê não tem ideia. Ansiouser pelo meu exemplar de Ruído Branco <3